Entenda como o preconceito afetou a doação de sangue no Brasil
A, B, AB e O. Apesar de existirem diversas orientações sexuais, há apenas quatro tipos sanguíneos. Embora a ciência reconheça a facilidade de identificá-los, ainda há uma distinção entre os doadores de sangue. O preconceito era institucionalizado no Brasil, com lei que proibia a população LGBTQI+ de realizar a doação.
Essa condição afetava principalmente os homossexuais. O Ministério da Saúde e a Anvisa estabeleciam critérios de seleção para potenciais doadores de sangue. Eram inaptos, entre outros, homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos 12 meses antecedentes à triagem. A restrição elegia um grupo de risco ao invés de uma conduta de risco, desconsiderando o uso de métodos preservativos e a existência de parceiros fixos entre os homossexuais.
Além disso, a associação de maior incidência de IST’s (infecções sexualmente transmissíveis) a um grupo reforça o preconceito e ignora a possibilidade de contaminação da doença independente da orientação sexual. A regra da proibição de doação de sangue por gays surgiu nas décadas de 1980 e 1990, devido ao surto de AIDS e HIV e reflete um tabu enraizado na sociedade.
‘’Quando ainda nem havia o teste para o HIV, o simples fato de ser homossexual colocava a pessoa em suspeita para doar sangue. Por isso, se criou nos bancos de sangue essa restrição, que hoje não tem mais nenhum sentido em existir’’, explica o médico Dráuzio Varella, em vídeo para o para o seu portal.
De acordo com o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente. O objetivo do ‘Junho vermelho’ no Brasil é destinar um período para a conscientização da população sobre a doação e o abastecimento dos estoques.
A data oficial, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é no dia 14 de junho, quando é comemorado o “Dia Mundial do Doador de Sangue” – em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, o imunologista responsável por descobrir os tipos sanguíneos.
O site do Ministério da Saúde esclarece todas as dúvidas sobre os requisitos necessários e instruções básicas para doação de sangue. Com leis que garantem o tratamento igualitário independente da orientação sexual, todo mundo pode se incluir nessa!