Bandeira do Brasil e bandeira LGBTQIAPN+ Fonte: Reprodução/Guia Gay São Paulo
No jornalismo brasileiro, a comunidade LGBTQIAPN+ conseguiu, por meio de veículos e publicações, conquistar alguns destaques na história da imprensa. A partir disso, o cineasta paulistano Lufe Steffen reconta alguns destes momentos marcantes na produção e direção do documentário “Uma Breve História da Imprensa LGBT+ no Brasil”, que foi lançado na noite de quarta-feira (17), na Sala 2A da UNESP Bauru.
O evento está incluso na programação do Simpósio Cultura Audiovisual e Economia Criativa, promovido pelo curso de Comunicação: Rádio, Televisão e Internet da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC).
A mesa do evento foi composta principalmente pelo produtor do documentário Luffe Steffen e pela docente do Departamento de Comunicação Social da FAAC, Profa. Dra. Michelle Roxo. Na abertura da cerimônia, houve uma breve apresentação de Luffe e, em seguida, o documentário foi exibido ao público.
Preparações para início da mesa. Foto: Luísa Tabchoury
O longa-metragem inicia traçando uma linha temporal dos principais veículos de comunicação LGBTQIAPN+ na imprensa brasileira. O pioneiro dessa história começou em 1963, com o surgimento do jornal carioca Snob que aborda temas sobre encontros amorosos, concursos voltados ao público LGBTQIAPN+ e também indicação de pontos de encontro sexuais.
Em seguida, de acordo com o produtor, foram citadas outras publicações jornalísticas que tiveram marcos importantes nesta história, como: o jornal Lampião da Esquina, a Coluna do Meio, o boletim Chana com Chana, as revistas Sui Generis e OK Magazine (que depois se tornou a G Magazine).
O documentário aborda a imprensa LBGTQIAPN+ no Brasil a partir de relatos dos antigos editores, funcionários e leitores das publicações junto à apuração documental das edições destes veículos. Desta forma, é possível compreender as particularidades de cada produção e as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento e na divulgação de pautas sobre a diversidade cultural.
As entrevistas do longa demonstram que as individualidades de cada grupo editorial possuía missões e valores que, além de buscar um enfrentamento com a mídia tradicional e abordar pautas sobre a comunidade LGBTQIAPN+, tentavam conciliar com os interesses comerciais do mercado. Por conta disso, os temas das revistas e dos jornais concentravam-se em discussões sobre sexualidade, com uma abordagem mais crítica, e ensaios fotográficos de nudez, que atraíam mais leitores devido à exposição de corpos.
Após a exibição do documentário, Luffe e Michelle iniciaram uma mesa de debate sobre o longa-metragem e as questões sobre a diversidade cultural em produções audiovisuais. O produtor comentou sobre as inspirações para o documentário que começaram a surgir durante a produção de seu outro longa: “São Paulo em Hi-Fi” em 2016. O propósito da obra cinematográfica era agrupar o máximo de conteúdos da imprensa LGBTQIAPN+ brasileira como demonstração de diversidade.
A produção exibida ainda não está disponível para visualização, mas vale a indicação das outras produções do cineasta paulistano relacionadas à comunidade LGBTQIAPN+: “A Volta da Pauliceia Desvairada” (2012), “Cinema Diversidade” (2017) e “Baile de Formatura” (2017).