“Bomoko”, em lingala, idioma regional congolês, tem um significado tão universal quanto a música: união. Dirigido por Tatiana Aguiar, o curta de 2020 mostra a paixão que os congoleses refugiados Leonardo, Hidras, Isaac e Muando (que juntos formam o quarteto “Os Escolhidos”) têm pela música.
Os cantores encontraram no Brasil um lugar para restabelecerem suas vidas e, há 11 anos, resolveram formar o grupo, o qual produz canções autorais em 5 idiomas diferentes: lingala, kikongo, swahili, tshiluba e português. O objetivo, além de mostrar seu talento, é divulgar e preservar a cultura africana que é, apesar de muito presente, pouco valorizada no país.
Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), atualmente no Brasil há cerca de 1,7 milhão de imigrantes. As origens mais comuns são Venezuela, Síria, Angola, República Democrática do Congo e Cuba.
Além do racismo, do preconceito econômico, cultural e linguístico, esses imigrantes frequentemente enfrentam uma variedade de desafios que refletem não apenas as percepções negativas enraizadas na sociedade brasileira, mas também estereótipos globais associados ao continente africano.Muito mais do que uma forma de promover “Os Escolhidos”, Bomoko é uma obra que celebra a cultura africana e a capacidade que a música tem de, como o próprio nome do documentário sugere, unir e aproximar pessoas e culturas.